Ostara - A "Páscoa" das Bruxas?
Na tradição da Religião Antiga a Páscoa anuncia o fim do
inverno e a chegada da primavera.
Muito
antes de ser considerada a festa da ressurreição de Cristo, a Páscoa representa
a passagem de um tempo de escuridão para outro de luz, isto já muito antes de
ser considerada uma das principais festas cristãs.
A
palavra 'páscoa' significa passagem, e acontece no equinócio de primavera (ou
vernal) para o hemisfério norte, que ocorre no dia 20 ou 21 de março e, no sul,
em 22 ou 23 de setembro. É o período que a luz do dia e da noite tem a mesma
duração. De fato, para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário
voltar para a Idade Média e lembrar dos antigos povos pagãos europeus que,
nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther – em inglês, Easter quer
dizer Páscoa.
Grande
parte das tradições do feriado de Páscoa está contida nos rituais pagãos, que
gerou grande variedade de lendas e costumes que passaram a fazer parte da
celebração atual.
Na
realidade não existe uma “páscoa” pagã, e sim a festa e a celebração da chegada
da Primavera celebrada pelos antigos povos pagãos da Europa e outras regiões.
Muito
antes do nascimento de Cristo as tribos pagãs da Europa adoravam a bela deusa
da primavera – EE-ah-tra ou Eostre. Festivais para celebrar o nascimento da
primavera eram organizados em honra a Eostre no final de março tempo em que o
inverno acabava e a primavera começava a brotar no hemisfério norte.
Ostara,
é o rito de fertilidade que celebra o nascimento da Primavera e o redespertar
da vida na Terra. Nesse dia sagrado, os Bruxos e Bruxas acendem fogueiras novas
ao nascer do sol, se rejubilam, tocam sinos e decoram ovos cozidos - um antigo
costume pagão associado à Deusa da Fertilidade.
Os
ovos, que obviamente são símbolos da fertilidade e da reprodução, eram usados
nos antigos ritos da fertilidade. Pintados com vários símbolos mágicos, eram
lançados ao fogo ou enterrados como oferendas à Deusa. Em certas partes do
mundo pintavam-se os ovos do Equinócio da Primavera de amarelo ou dourado
(cores solares sagradas), utilizando-os em rituais para honrar o Deus Sol.
Os
antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou
Easter – em inglês Easter quer dizer Páscoa.
Ostera
(ou Ostara) é a Deusa da Primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um
coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. A
deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara
equivale, na mitologia grega, a Persephone. Os pássaros estão cantando, as
árvores estão brotando. Surge o delicado amarelo do Sol e o encantador verde
das matas. A celebração de Ostara, comemora a fertilidade, um tradicional e
antigo festival pagão que celebra o evento sazonal equivalente ao Equinócio da
primavera.
Ela
é o equilíbrio quando a fertilidade chega depois do inverno. É o período que a
luz do dia e da noite têm a mesma duração. Ostara é o espelho da beleza da
natureza, a renovação do espírito e da mente. Seu rosto muda a cada toque suave
do vento. Gosta de observar os animais recém-nascidos saindo detrás das árvores
distantes, deixando seu espírito se renovar.
Ostara
gosta de verde e amarelo, cores da natureza e do sol. O Domingo de Páscoa é
determinado pelo antigo sistema de calendário lunar, que coloca o feriado no
primeiro Domingo após a primeira lua cheia ou seguindo o equinócio.
A
Páscoa foi nomeada pelo deus Saxão da fertilidade Eostre, que acompanha o
festival de Ostara como um coelho, por esta razão, o símbolo do coelho de
páscoa na tradição cristã. O coelho é também um símbolo de fertilidade e da
fortuna. A Páscoa foi adaptada e renomeada pelos cristãos, do feriado pagão
Festival de Ostara, da maneira que melhor lhe convinha na época assim como a
tradição dos símbolos do Ovo e do Coelho. A data cristã foi fixada durante o
Concílio de Nicéa, em 325 d.C., como sendo “o primeiro Domingo após a primeira
Lua Cheia que ocorre após ou no equinócio da primavera boreal, adotado como
sendo 21 de março. A festa da Páscoa passou a ser uma festa cristã após a
última ceia de Jesus com os apóstolos, na Quinta-feira santa. Os fiéis cristãos
celebram a ressurreição de Cristo e sua elevação ao céu. As imagens deste
momento são a morte de Jesus na cruz e a sua aparição. A celebração sempre
começa na Quarta-feira de cinzas e termina no Domingo de Páscoa: é a chamada
semana santa.
Na
Páscoa, é comum a prática de pintar-se ovos cozidos, decorando-os com desenhos
e formas abstratas. Em grande parte dos países ainda é um costume comum, embora
que em outros, os ovos tenham sido substituídos por ovos de chocolate. No
entanto, o costume não é citado na Bíblia. Antes, este costume é uma alusão a
antigos rituais pagãos. Eostre ou Ostera é a deusa da fertilidade e do
renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia
germânica. A primavera, lebres e ovos pintados com runas eram os símbolos da
fertilidade e renovação a ela associados. A lebre (e NÃO um coelho) era seu
símbolo. Suas sacerdotisas eram ditas capazes de prever o futuro observando as
entranhas de uma lebre sacrificada (claro que a versão “coelhinho da páscoa,
que trazes pra mim?” é bem mais comercialmente interessante do que “Lebre de
Eostre, o que suas entranhas trazem de sorte para mim?”, que é a versão
original desta rima. A lebre de Eostre pode ser vista na Lua cheia e, portanto,
era naturalmente associada à Lua e às deusas lunares da fertilidade. De seus
cultos pagãos originou-se a Páscoa (Easter, em inglês e Ostern em alemão), que
foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs. Os antigos povos
nórdicos comemoravam o festival de Eostre no dia 30 de Março. Eostre ou Ostera
(no alemão mais antigo) significa “a Deusa da Aurora” (ou novamente, o planeta
Vênus). É uma Deusa anglo-saxã, teutônica, da Primavera, da Ressurreição e do
Renascimento. Ela deu nome ao Sabbat Pagão, que celebra o renascimento chamado
de Ostara.
Texto
por Isabel Dantas

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